Vinte e um gramas
Christian Hopkins |
Em
1907, o médico norte-americano Duncan MacDougall realizou um experimento para
provar que quando alguém morre perde, imediatamente, 21 gramas de seu peso.
Para ele, seria esta a prova de que a alma habita o corpo humano e que se
desprende dele quando a vida acaba.
Vinte
e um é um número que me instiga muito. Por várias vezes, já me vi em situações
inexplicáveis em que estes dois dígitos apareceram de forma surpreendente em
minhas mãos. Parece que eles sempre estão a nos rodear, mesmo que não o percebamos.
Mas
vou além de MacDougall para sugerir, de forma empírica e filosófica, que não é
preciso morrer biologicamente para perdermos as 21 gramas de energia que nos
habita o corpo.
Perdemos
21 gramas quando não realizamos um objetivo e nos tornamos mortais ao ponto de
sofrer a dor da morte. Quando deixamos escapar, entre os dedos, o fumo leve que
sai de nossos pulmões; quando as palavras não são suficientes e precisamos
acordar no dia seguinte sem a concretização do ato. Sem uma nova decisão.
Morremos
muitas vezes em nossas vidas, mas apenas algumas mortes nos fazem perder 21
gramas.
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